segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ceará: Universidade receberá alunos da comunidade lusófona

A partir de 2009, os estudantes brasileiros terão a oportunidade de se aproximar mais de países de língua portuguesa. Isso porque, estima-se que em julho do ano que vem seja realizado o primeiro vestibular da Unilab (Universidade Luso-Afro-Brasileira). A instituição, cuja sede está planejada para a cidade de Redenção, no Ceará, vai oferecer metade de suas vagas para estudantes africanos. A instituição dará prioridade a cursos semi-presenciais voltados à formação de professores. A unidade também levará em conta as carreiras pelas quais os países africanos têm maior interesse, como as licenciaturas em Ciências da Saúde, Física, Biologia e as áreas de Tecnologia, Engenharia, Administração e Agronomia.
Considerada uma universidade inovadora, uma peculiaridade da Unilab será o estímulo dado ao estudante para que ele regresse a seu país de origem. Como uma maneira de facilitar o incentivo, parte dos cursos será ministrado em pólos de EAD (Educação a Distancia), disponíveis aos estudantes em cada país da comunidade (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste). Apesar do projeto de lei estar sob análise do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a iniciativa já é repercutida no meio acadêmico.
E há quem aposte que o estudante não ganha apenas na vivência de um modelo de ensino diferente do que está acostumado. "Uma grande importância em promover o intercâmbio entre os países de língua portuguesa é dar a oportunidade aos estudantes entrarem em contato com as raízes culturais em comum que partilham com outros países. Mesmo com suas diferenças e regionalismos, o idioma é o traço em comum que temos com povos europeus, africanos e asiáticos", declara o professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Anhembi Morumbi, João Alberto Alves Amorim.
Segundo ele, ao viajar para um dos países com traços em comum, o aluno volta com uma experiência de vida diferente e se torna um cidadão globalizado. "A experiência faz com que os estudantes desenvolvam uma estrutura pessoal e de mundo mais concreta. Isso gera um profissional mais preparado, sob ponto de vista pessoal, cultural e técnico. Por ter a chance de aprender em outro país ele volta com novo foco sobre sua área e a mobilidade gera acréscimo na educação do aluno e lhe dá novas oportunidades para obter boa colocação profissional", conta Amorim. Além de ajudar no desenvolvimento dos países envolvidos e na questão da profissão, Suzana acredita que o intercâmbio proporciona outros benefícios. "No caso de estudantes brasileiros que passem um período em Portugal, por estarem inseridos na União Européia, há convívio com alunos de todos os estados membros do bloco. Além disso, a universidade torna-se um ambiente de culturas diversas. Fora que os estudantes que vão para Portugal têm a chance de verificar como é o ensino em diferentes partes do mundo e abrir a mente para outras culturas", declara ela.

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