sábado, 22 de janeiro de 2011

O Ceará é do tamanho do mundo


Foi publicado em 10 de janeiro no Jornal O Povo, artigo que escrevi sobre a reorganização da assessoria internacional no governo do Estado do Ceará. Aproveitei para lembrar uma data histórica: os 10 anos de fundação da Câmara de Comércio Brasil Portugal, que ajudei a fundar em 2001. Acesse aqui

domingo, 23 de novembro de 2008

LÚCIO ALCÂNTARA LANÇA LIVRO SOBRE A VIDA DE SÃO GONÇALO

A Editora Labirinto lança, nesta terça-feira (25), mais um título de sua coleção. Organizado por Lúcio Alcântara, “São Gonçalo do Amarante e o Padre Antônio Vieira” relata a história deste Santo, conhecido como alegre e festeiro, protetor dos violeiros, casamenteiro das solteironas que o invocam em seu proveito. Entre as publicações pesquisadas sobre a hagiografia de São Gonçalo, Lúcio Alcântara deparou-se com página erudita escrita pelo Padre Antônio Vieira, e considerou oportuna a reedição do sermão de São Gonçalo.

Após o lançamento do livro “São Gonçalo do Amarante e o Padre Antônio Vieira”, que acontecerá às 19 horas da terça-feira (25/11), no Náutico Atlético Cearense (Avenida Abolição, 2727 – Meireles), haverá apresentação da Camerata Santa Cecília, com repertório contemporâneo do Padre Antônio Vieira, cujo quarto centenário de nascimento se celebra este ano, e do Grupo Folclórico de Dança do Município de São Gonçalo do Amarante.

Conheça um pouco mais sobre São Gonçalo - É o santo de maior devoção popular em Portugal, após Santo Antônio, de quem foi contemporâneo. A dança em sua honra ocorria dentro das igrejas, com muita música e animação, em ritmo alucinante, com evoluções cheias de sensualidade. O costume da dança chegou ao Brasil com os colonizadores e ainda é praticada, sobretudo na sedes das fazendas, em pagamento de promessas.

Prova do quanto o Santo era querido é a grande quantidade de lugares e acidentes geográficos batizados com seu nome tanto aqui quanto em Portugal. Diversas imagens retratam São Gonçalo: ora portando uma viola, ora com um cajado e livro na mão, ora sobre uma ponte. Mais rara é sua imagem com chapéu de massa e viola.

“São Gonçalo do Amarante e o Padre Antônio Vieira” relata história curiosa que aconteceu no município cearense de São Gonçalo do Amarante, quando um pároco zeloso descobriu que o padroeiro local, há muitos anos venerado, representava-se, de fato, por imagem de São Domingos, postada no altar-mor da Matriz. Desfeito o equívoco, providenciou-se versão autêntica, esculpida em madeira, na cidade de Amarante, em Portugal, que foi trazida para seu lugar de direito. É perante a imagens como essa que se reúnem as pessoas para dançar, agradecendo ao Santo a graça alcançada ou entoando versos que sempre mencionam a procura por um marido.

Fonte: Kelly de Castro, Assessora de Imprensa

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira

O projeto de lei que cria a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) foi aprovado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos da Câmara dos Deputados.
O projeto de lei que cria a segunda universidade federal no Ceará foi aprovado, por consenso, na Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos da Câmara dos Deputados. A Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira (Unilab) terá sede no município de Redenção, no Maciço de Baturité, a 58 quilômetros de Fortaleza. A cidade, que completa este ano 140 anos de fundação, foi a primeira a libertar os escravos no Ceará. Segundo Eudes Xavier (Relator do Projeto), o projeto de iniciativa do Poder Executivo agora irá para votação na Comissão de Educação e depois para a Comissão de Constituição e Justiça. Em seu parecer, o deputado cearense destacou a importância dessa segunda universidade federal cearense para que haja maior integração entre os países de língua portuguesa. Isso tanto na educação como na cultura. "Ao criar a Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira, o Brasil sai na frente para aprofundar as relações com os demais países de Língua Portuguesa, especialmente os que estão situados na África. A Universidade Federal do Ceará (UFC) é tutora do projeto e vai acompanhar a implantação e funcionamento da Unilab". O projeto de lei que cria a universidade (Projeto de Lei nº 3.891, de 2008) define que a instituição federal de ensino superior terá um idioma comum, a língua portuguesa, os cursos vão ser ministrados parte presencial e parte à distância. O primeiro concurso vestibular está previsto, segundo o ministro da Educação Fernando Haddad, para o primeiro semestre de 2010. A nova instituição de ensino superior federal irá levar em conta os cursos pelos quais os países africanos têm maior interesse, como as licenciaturas em ciências da saúde, física, biologia e as áreas de tecnologia, engenharia, administração e agronomia. Integram a CPLP oito países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

População lusófona deverá ser 44% maior em 2050, diz ONU


Lisboa, 12 nov (Lusa) - A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) deverá ter 110 milhões habitantes a mais em 2050, passando para cerca de 357 milhões de pessoas, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas (ONU), num relatório apresentado nesta quarta-feira. Os dados do estudo do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) indicam para um crescimento da população de aproximadamente 44% nos países da CPLP, que em 2050 concentrará quase 4% do total da população mundial - que deverá ter 9,1 bilhões de pessoas. O relatório do UNFPA, que traça o retrato da população mundial, não apresenta dados relativos a São Tomé e Príncipe, cuja população atual está estimada em cerca de 206 mil pessoas. Dos sete países da CPLP abrangidos, todos vão registrar um crescimento populacional até 2050, à exceção de Portugal, que perderá habitantes, estimando a ONU que passe dos atuais 10,7 milhões para 10 milhões. Angola, Guiné-Bissau e Timor Leste verão suas populações crescer mais do dobro. Com isso, Angola passará de 17,5 para 44,6 milhões de habitantes, a Guiné-Bissau de 1,7 para 5,3 milhões e Timor Leste de 1,2 para 3,5 milhões. Em 2050, Moçambique terá 39,1 milhões de habitantes, em vez dos atuais 21,8 milhões, e Cabo Verde deverá atingir 1 milhão de habitantes. Atualmente, moram no país 540 mil pessoas. O Brasil, o país mais populoso da CPLP, passará de 194,2 milhões de habitantes para 254,1 milhões. O relatório aponta, em 2008, a existência de populações majoritariamente urbanas em Angola (57%), Cabo Verde (60%), Portugal (59%) e Brasil (86%). O acesso à água potável não registrou melhorias em nenhum dos países da CPLP analisados no relatório, mantendo Moçambique com a pior taxa nesta área, com apenas 43 % da população coberta. No extremo oposto está o Brasil, com uma cobertura de 90%, embora o documento não disponibilize indicadores sobre Portugal, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Fonte: Agência Lusa em 12.11.08
Ilustração (http://farm2.static.flickr.com/1108/1267498620_e766ac439b.jpg)

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Ceará: Universidade receberá alunos da comunidade lusófona

A partir de 2009, os estudantes brasileiros terão a oportunidade de se aproximar mais de países de língua portuguesa. Isso porque, estima-se que em julho do ano que vem seja realizado o primeiro vestibular da Unilab (Universidade Luso-Afro-Brasileira). A instituição, cuja sede está planejada para a cidade de Redenção, no Ceará, vai oferecer metade de suas vagas para estudantes africanos. A instituição dará prioridade a cursos semi-presenciais voltados à formação de professores. A unidade também levará em conta as carreiras pelas quais os países africanos têm maior interesse, como as licenciaturas em Ciências da Saúde, Física, Biologia e as áreas de Tecnologia, Engenharia, Administração e Agronomia.
Considerada uma universidade inovadora, uma peculiaridade da Unilab será o estímulo dado ao estudante para que ele regresse a seu país de origem. Como uma maneira de facilitar o incentivo, parte dos cursos será ministrado em pólos de EAD (Educação a Distancia), disponíveis aos estudantes em cada país da comunidade (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste). Apesar do projeto de lei estar sob análise do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a iniciativa já é repercutida no meio acadêmico.
E há quem aposte que o estudante não ganha apenas na vivência de um modelo de ensino diferente do que está acostumado. "Uma grande importância em promover o intercâmbio entre os países de língua portuguesa é dar a oportunidade aos estudantes entrarem em contato com as raízes culturais em comum que partilham com outros países. Mesmo com suas diferenças e regionalismos, o idioma é o traço em comum que temos com povos europeus, africanos e asiáticos", declara o professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Anhembi Morumbi, João Alberto Alves Amorim.
Segundo ele, ao viajar para um dos países com traços em comum, o aluno volta com uma experiência de vida diferente e se torna um cidadão globalizado. "A experiência faz com que os estudantes desenvolvam uma estrutura pessoal e de mundo mais concreta. Isso gera um profissional mais preparado, sob ponto de vista pessoal, cultural e técnico. Por ter a chance de aprender em outro país ele volta com novo foco sobre sua área e a mobilidade gera acréscimo na educação do aluno e lhe dá novas oportunidades para obter boa colocação profissional", conta Amorim. Além de ajudar no desenvolvimento dos países envolvidos e na questão da profissão, Suzana acredita que o intercâmbio proporciona outros benefícios. "No caso de estudantes brasileiros que passem um período em Portugal, por estarem inseridos na União Européia, há convívio com alunos de todos os estados membros do bloco. Além disso, a universidade torna-se um ambiente de culturas diversas. Fora que os estudantes que vão para Portugal têm a chance de verificar como é o ensino em diferentes partes do mundo e abrir a mente para outras culturas", declara ela.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Data de Fundação da cidade de Fortaleza

Em 13 de abril de 1726, o rei de Portugal dom João V elevou o povoado que então se instalara às margens do riacho Pajeú à categoria de vila. Foi o início da história oficial de Fortaleza, que se comemora hoje. Mas não o princípio da ocupação do que hoje é a capital do Ceará - tampouco o início da presença européia no território. Na verdade, há registros de tentativa dos europeus de tomar posse da região há 405 anos. E a presença colonizadora permanente e definitiva data, pelo menos, de 359 anos atrás, em 1649. Mas, ao contrário do que os festejos de hoje podem dar a entender, a data e local do nascimento de Fortaleza já foram pivôs de uma das mais intensas e interessantes controvérsias intelectuais que a cidade já presenciou, há pouco mais de 40 anos. Até a década de 1940, era correntemente aceita a idéia de que Fortaleza nasceu na Barra do Ceará, a partir do Forte São Sebastião (foto no início deste artigo), fundado em 20 de janeiro de 1612 por Martins Soares Moreno - versão histórica romanceada por José de Alencar em Iracema. Coube ao historiador Raimundo Girão a defesa da tese de que a cidade hoje existente não se desenvolveu a partir da Barra do Ceará: seu núcleo de irradiação, a partir do qual a vila se expandiu e se transformou na atual cidade, teria sido o forte Schoonenborch, construído pelos holandeses comandados por Matias Beck, em 10 de abril de 1649, no local onde hoje está o quartel da 10ª Região Militar, ao lado do Passeio Público. Girão não ignorava que tivesse havido, não uma, mas três fortificações na Barra. Mas compreendia que todas as empreitadas fracassaram. A ocupação definitiva só teria sido empreendida pelos holandeses, 18 anos depois de Moreno ter deixado definitivamente o que hoje é o Ceará e cinco anos após a destruição da fortificação portuguesa. O domínio holandês foi efêmero. Em 1654, foram expulsos pelos portugueses e, no local onde fora erguido o Schoonenborch, construíram a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, que dá nome à atual cidade, e em torno da qual se aglomerou a povoação que foi reconhecida como vila há 282 anos. O período durante o qual a controvérsia perdurou com fervor maior foi, sobretudo, entre os anos de 1961 e 1963. Girão, então secretário de Urbanismo da administração do prefeito Cordeiro Neto (1959-63) pretendia batizar uma rua com o nome de Matias Beck, além de mudar a data do aniversário de Fortaleza. Foi aí que se instaurou a polêmica nos meios acadêmicos, com desdobramentos políticos e religiosos. Defensor maior da tese de que Fortaleza nasceu na Barra do Ceará, o pesquisador Ismael Pordeus foi o mais rigoroso e sistemático dos argumentadores da ala batizada como morenista. De forma breve, pode-se situar o centro de sua argumentação na defesa de que há não ruptura, mas continuidade entre as experiências de ocupação lusitana e holandesa. Recorrendo a fontes históricas, destacava que o raio de ocupação dos portugueses já se estendia até a enseada do Mucuripe, e que a área próxima à margem direita do riacho Pajeú já era utilizada como porto por Martins Soares Moreno. Raimundo Girão, por sua vez, descartava a tese de continuidade funcional entre as edificações da Barra e do Pajeú. E ressaltava que a própria disposição urbana atual demonstra que Fortaleza teve como centro de irradiação o atual quartel da 10ª Região Militar. Desdobramentos O período de maior efervescência do debate se estendeu por pelo menos três anos, com retomadas esparsas posteriores. A questão mobilizou também os meios religiosos: a idéia de um fundador holandês e protestante não agradou aos meios católicos, que intervieram fortemente nas discussões. Sem falar dos desdobramentos políticos: a começar pelo próprio afastamento de Raimundo Girão de seu cargo na Prefeitura. A história está contada no instigante livro Soares Moreno e Matias Beck: inventário de uma polêmica nos escritos de Ismael Pordeus, de João Ernani Furtado Filho, editado pelo Museu do Ceará. A questão é que existe, no mínimo, mais de meio século de história de Fortaleza que é excluída com a fixação da atual data de comemoração do aniversário da cidade. Há projetos na Câmara Municipal que propõem a mudança do marco inicial do Município. O debate mais amadurecido sobre a questão parece recomendar que a comemoração remonte à instalação do Schoonenborch, sete décadas antes da data oficial de início da história fortalezense. Seja como for, o que parece claro é o equívoco de que se trata festejar o aniversário da cidade a partir de um ato protocolar do rei português, e não da dinâmica como se deu o nascimento de Fortaleza.
Fonte: Jornal O Povo, 16/04/08

terça-feira, 15 de abril de 2008

Investimentos portugueses esbarram em indefinições

A busca por um melhor ambiente de negócios no Ceará será a principal meta da nova diretoria da CBP-CEInsegurança jurídica quanto às questões ambientais, regras indefinidas e a burocracia administrativa são alguns dos entraves que ainda permeiam o caminho dos investidores portugueses no Ceará, sobretudo nos setores hoteleiro e imobiliário e de energia eólica. A observação é do novo presidente da Câmara Brasil-Portugal (CBP-CE), o empresário Armando Nogueira, que tomou posse ontem, no lugar do empresário cearense, Raimundo Viana, para o triênio 2008/2010.Segundo Ferreira, os investimentos portugueses programados para o Estado, nos próximos anos, já somam perto de R$ 3 bilhões, mas ainda não deslancharam por falta de entrosamento entre órgãos estaduais e federais. ´As licenças concedidas pelo Estado para os empreendimentos não valem nada, porque logo depois vem uma instância Federal, que as questiona e tudo pára´, reclamou o empresário, numa alusão aos questionamentos ambientais levantados pelo Ministério Público e Iphan, em relação a empreendimentos lusitanos no litoral cearense.´As regras têm que ser claras. Precisamos apenas saber o que pode ou não ser feito, para definirmos os investimentos´, declarou Ferreira, ao cobrar legislações ambientais estaduais e federais mais claras e definidas no Brasil e no Ceará. ´Melhorar o ambiente de negócios entre Portugal e o Ceará será a nossa luta´, disse o empresário, explicando que pedir redução da carga tributária, incentivos fiscais e juros menores não fazem parte dos desafios programáticos da CBP, no Ceará.Como forma de reduzir a burocracia no Estado, Ferreira falou que pretende propor ao governo do Estado, o lançamento conjunto do ´Empresa na Hora´ — um projeto já em vigor em Portugal, e que permite o empresário lusitano abrir um negócio, uma nova empresa, em apenas 46 minutos.´Com a simplificação proporcionada pelo balcão ´Empresa na Hora´, 33, 3 mil empresas surgiram em Portugal, entre julho de 2005 e agosto de 2007´, exemplificou Ferreira. Outras propostas da nova diretoria da CBP-CE, será a criação do Trade Mart, uma exposição permanente com produtos do Ceará e Portugal; a realização do Congresso Empresarial, em 209, e a revitalização da Praça Portugal, em parceria com a Prefeitura de Fortaleza.
Fonte: Dário do Nordeste (Ceará) 15/04/08